25 de outubro de 2009

NOSSA HISTÓRIA

      No início da década de 80, as pequenas experiências de educação popular foram se ampliando, construindo canais de trocas de experiências, reflexão e articulação.
      Em termos de Educação Supletiva em Palmeira dos Índios, a clientela de jovens e adultos tinha acesso ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), Projeto Minerva (Ensino à Distância) oferecido através de rádio, Supletivo Primeiro Grau (SPG) através de rádio e TV, Curso de Educação Integrada 1º Segmento de EJA, até 1992 sob a responsabilidade do Estado/ Município, funcionando em unidades da rede pública e municipal, zonas rural e urbana e municípios vizinhos.
      O processo educacional precisava interferir na estrutura social e partir de um exame crítico da realidade existente de jovens e adultos que precisavam sistematizar conhecimentos através de uma escolarização de acordo com as suas conveniências e necessidades, uma vez que essa clientela é formada da classe trabalhadora e fora da faixa etária para o ensino regular.
      Seria urgente e necessário que as autoridades competentes de Palmeira dos Índios se preocupassem com o problema e possibilitassem uma maneira de superá-lo. Assim foi criado o Centro de Estudos Supletivo (CES) Remy Maia com o objetivo de atender a demanda não escolarizada em tempo hábil, por motivos diversificados.
      As obras de construção do CES foram iniciadas em 03 de setembro de 1980 no governo de Theobaldo Barbosa e sua inauguração deu-se em 11 de novembro de 1983 no governo de Divaldo Suruagy, com o nome de Centro de Estudos Supletivo Remy Maia, por ter sido Remy Maia umm médico humanitário radicado na cidade de Palmeira dos Índios e que prestou abnegada dedicação profissional, e por toda a sua vida, serviços relevantes ao povo palmeirense e especialmente aos menos favorecidos. Desempenhou um marcante papel na vida pública como prefeito eleito de nossa cidade entre 1956 e 1958, como deputado Estadual por quatro legislaturas, e como cidadão sempre envolvido com o progresso da nossa terra em qualquer área que elevasse a sua cultura.


      A direção do CES foi assumida no ano de sua inauguração pela professora Maria de Lourdes Sá que desempenhou brilhantemente a sua função, apoiada por sua equipe de diretores adjuntos Célia Margarida de Souza Cavalcante, Paulo Marinho de Araújo, Maria Marlene do Nascimento Barros, Maria Aparecida de Araújo C. Fernandes e supervisora escolar, Inês Maria de Oliveira, dando continuidade ao trabalho já existente em unidades cedidas pela 3ª Coordenadoria de Ensino e implementando o Ensino Individualizado de 1º e 2º graus, hoje, Ensino Fundamental 2º Segmento e Ensino Médio, forma de ensino planejada para ser oferecida apenas no CES por se tratar de modalidade de ensino à distância com atendimento personalizado segundo às conveniências, ritmos de aprendizagem e interesses dos alunos.
      Além dessa modalidade oferecida, o CES coordenava também os Exames de Educação Geral (Provão), Exames Profissionalizantes nas modalidades de Auxiliar de Enfermagem, Técnico de Enfermagem, Secretariado Escolar e Laboratório Médico. Como também na forma de Ensino à Distância, o curso de Magistério denomidado de Habilitação de Professores não Titulados, HAPRONT com encontros presenciais quinzenalmente e estudos à distância com turmas de 50 cursistas de Palmeira dos Índios e de vários municípios da 3ª Coordenadoria de Ensino. O CES Remy Maia sempre manteve uma matrícula de 900 a 1.000 alunos.
      Além do ensino oferecido, eram promovidoas atividades direcionadas à comunidade tais como: Curso Básico de Português ministrado por renomados professores da casa como a saudosa Célia Margarida de Souza Cavalcante, em convênio com o SENAC, Semana de Literatura como atividade extra-escolar, realizada no AeroClube da cidade com a participação de professores e alunos do CES e das unidades de ensino onde se ofereciam cursos supçetivos e presenças marcantes de autoridades locais: Dr Ivan Barros, Dr José Delfim da Mota Branco, Profª Ananete Macedo, Profª e escritora Isvânia Marques que fez parte do quadro docente do CES e tantos outros.
      Muitas outras atividades desenvolvidas fizeram parte do cenário do CES Remy Maia como poemas, poesias proferidos por professores, dramatizações pelos alunos com destaque para as obras do escritor Graciliano Ramos serviram de matéria para a imprensa falada e escrita elevando cada vez mais o nome do CES e de todos que faziam parte do mesmo.
      Através do SENAC com profissionais de nossa cidade, também eram oferecidos Cursos de Datilografia, Culinária, Cabeleireiro, Manicure e Pedicure, Arranjos Natalinos, concedendo certificados e oportunidades de profissionalização que ultrapassam os muros da escola.
      Formou-se também uma turma de Supletivo Segundo Grau (SSG) funcionando com aulas presenciais seguindo a mesma organização do Telecurso 2000, processo esse que foi interrompido numa transição de diretores e encerrando-se a proposta naquela turma, mas muitos alunos concluíram o seu curso em tempo hábil.
      A administração da Profª Maria de Lourdes Sá deu-se num período de 13 anos encerrando-se em 1996, deixando marcas positivas, visto que a mesma prestou relevantes trabalhos educacionais nesta Instituição de Ensino, mesmo que tendo sido nomeado num critério de indicação política.
      Outros diretores assumiram a direção desta casa e deram também a sua parcela de contribuição para que a mesma se mantivesse até hoje, como a Profª Marluce Couto e a Profª Genilda Barros.
      Em 1997 assumiu a Profª Maria do Amparo Nunes que permaneceu por um período de cerca de dois anos. Foi ela quem deu início ao processo de ensino com aulas semi-presenciais.
      Foi substituída pela Profª Maria Aparecida Araújo Cavalcante Fernandes que continuou o trabalho ampliando a matrícula e o número de turmas, administrou por um período um pouco maior que dois anos, fase em que foi ampliando o número de turmas paralelamente ao Ensino Individualizado. A mesma renunciou ao cargo por razões particulares e em seu lugar assumiu a Profª Maria José Rodrigues Passos através de indicação da 3ª Coordenadoria Regional de Ensino. Com a implantação da gestão democrática, foi aclamada no dia 27 de maio de 2002 pelos segmentos da escola, tendo como diretora adjunta a Profª Cícera Germana Silva de Araújo e permaneceu no cargo até o ano de 2006. Nesta gestão, o então CEntro de Estudos Supletivo Remy Maia - CES Remy Maia passa a chamar-se Centro de Educação de Jovens e Adultos Remy Maia - CEJA.
      No ano de 2006 aconteceu a eleição direta para diretores sendo eleitas para o biênio 2006-2008 as Professoras Maria Lima de Andrade - Diretora Geral e Maria Grinaura Correia Dantas - Diretora Adjunta. Neste período, o CEJA passava por uma de suas fazes mais críticas, pois não recebia nenhum recurso proveniente do FNDE e nenhuma ajuda financeira da Secretaria de Educação ficando totalmente desprovido de todo e qualquer benefício e manutenção. Muitas vezes foram necessárias ações urgentes para aquisição de material de limpeza e de consumo, pois, não obstantes os pedidos à Secretaria de Educação e ao PROEJA, os materiais não chegavam à escola, sendo necessário fazer campanhas entre os próprios alunos e servidores para manter a escola funcionando.
      Em quase 30 anos de existência, o CEJA nunca passou por ampliação ou reforma, su estrutura física é bastante precária e mal planejada, como os banheiros que foram construídos bem junto à cozinha, fato que já gerou muitas críticas e problemas por meio da Vigilância Sanitária do Município.
      Para piorar a situação do CEJA ainda mais, em cerca de quatro ou cinco anos, foram inúmeros os furtos e arrombamentos à escola onde foram subtraídos do patrimônio público todos os recursos tecnológicos que a escola possuía como televisores, videocassete, micro-sistem, bombas hidráulicas, material pedagógico, entre outros, de tal forma que os professores ficaram totalmente sem recursos e quando precisavam realizar alguma atividade diferente tinham que trazer de suas casas os recursos audio-visuais. Também neste período houve uma mudança significativa no nível de ensino que passou do semi-presencial para o presencial com aulas diariamente e cursos com conclusão de dois anos. Devido à mudança repentina perdemos muitos alunos devido a trabalho, distância da escola, entre outros fatores.
      Em 2008, o Professor de Matemática recém aprovado no concurso público Edson Marques Brandão, 27 anos, Técnico em Edificações, há pouco tempo Gerente de Agência de Correios, vence o pleito contra a Ex-Corrdenadora da 3ª CRE, Maria do Carmo Ferreira e inicia-se um novo tempo na Educação de Jovens e Adultos do CEJA Remy Maia. Ao assumir, encontra sérias dificuldades e falta total de recursos financeiros para manutenção da escola.
      Ao assumir, o diretor é obrigado a tomar sérias medidas administrativas para colocar a casa em ordem, fato que não agradou a muita gente. Mas aos poucos todos foram percebendo a seriedade do trabalho e foram se adaptando. Logo após a assunção ao cargo em 01 de outubro de 2008, o diretor juntamente com a coordenação pedagógica e professores promovem uma grande gincana, onde foram arrecadados muitos livros para a Biblioteca, quantidade significativa de material de limpeza e muitos alimentos que foram doados à Fundação de Amparo ao Menor - FUNDANOR, além de arrecadação de tintas no comérico local que foram utilizadas na pintura da escola pelos próprios alunos em regime de mutirão. Foi realizado também o sorteio de uma câmara digital que culminou na aquisição de televisor, aparelho de DVD, caixa aplificada e conserto da bomba hidráulica da escola, o que deixou alunos e professores totalmente satisfeitos pelo avanço conseguido em apenas um mês de administração e sem receber um centavo do governo.
      Em 2009, o número de alunos  aumentou de 287 para 420 alunos. Devido ao número pequeno de alunos no ano anterior, o CEJA não teve diretor adjunto entre 2008 e 2010. Com este aumento significativo no número de alunos, o CEJA conta com diretor adjunto a partir de dezembro de 2010. Apesar da evasão latente em todas as escolas de EJA, avançamos no aumento das matrículas e trabalhamos continuamente pela melhoria da qualidade de ensino.
     Ainda em 2009, o Governo Federal estendeu o recurso do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) a todas as modalidades de ensino, o CEJA foi favorecido com merenda escolar inclusive para o Ensino Médio. Também foi estendido para a Educação de Jovens e Adultos a transferência dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola, que até então o CEJA não dispunha.   
      No ano de 2010, o professor Edson Marques Brandão foi reeleito com mais de 90% dos votos juntamente com a professora Marileide Pereira de Albuquerque, diretora adjunta. Sua gestão se estendeu até 13 de junho de 2013, totalizando mais de quatro anos e oito meses de gestão.
       As eleições de 2013, elegeram a então coordenadora pedagógica Severina Lopes Santos tendo como diretora adjunta Marileide Pereira de Alburquerque com uma proposta de continuidade à gestão do professor Edson. A taxa de aprovação à proposta da professora Severina foi superior a 92%. Sua gestão iniciou em 14 de junho para o biênio 2013/2015.


Parte do texto foi extraído do Marco Situacional do Projeto Político Pedagógico do CEJA.
     

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